segunda-feira, 3 de maio de 2010

Qual catequese fazemos?

O catequista que se avalia a cada encontro,  tem uma visão clara daquilo que precisa melhorar, tem consciência do seu SER catequista, esse corre atrás do prejuízo... Vivemos uma vida aprendendo, isso em todos os campos, também na catequese. A cada amanhecer temos como meta sermos  melhor  que fomos ontem. Temos a oportunidade de não cometermos os mesmos erros, temos a nossa frente um caminho novo, temos uma folha em branco... Podemos usar essa folha, como acharmos melhor, aproveitando alguma coisa escrita na anterior, descartando outras não muito boas. Com certeza muitas de nossas experiências catequéticas não poderão ser descartadas, pois são à partir delas, que temos a oportunidade de fazer uma catequese diferente... Algumas sim, é bom que arranquemos a página e joguemos fora, para não corrermos o risco de sermos tentados voltar a olhar... Aproveite bem essa página em branco que Deus te oferece a cada dia... Imaculada Cintra

Vamos conferir alguns relatos de experiências catequéticas:

1º relato - Minha catequese foi bacana. fazíamos festas de aniversário, tinha muita dinâmica, cantávamos na missa, falávamos sobre muitas coisas, estudávamos e preenchíamos o manual em duplas. Nem sempre era corrigido. Mas não tinha problemas, pois o que valia era o envolvimento do grupo. Hoje, tenho boas lembranças. Não sei muita coisa de Igreja, aliás, não entendo quase nada, mas valeu. Participar? Não. É muito compromisso, muita reunião, eu quero é curtir. (Vanessa, 19 anos)

2º relato - Os encontros eram cansativos, o catequista ficava falando e nós sentados em círculo ouvindo. Às vezes, alguém contribuía informando um acontecimento para complementar a fala do catequista. Líamos, respondíamos o manual, as atividades eram corrigidas, rezávamos e nos despedíamos.Hoje uma minoria do grupo participa de grupos de jovens e a maior parte, como eu, não gostou. cumpri a exigência dos meus pais e da Igreja e... acabou! (Marcos, 20 anos)

3º relato - Os encontros eram vibrantes, participávamos ajudando a preparar o encontro, a catequista dividia entre o grupo algumas responsabilidades. Havia tempo para dialogar, refletir, rezar, cantar... cada momento ligava-se ao outro e desejávamos sempre estar juntos, apesar de algumas dificuldades vividas e sentidas. Hoje grande parte do grupo participa em diferentes pastorais na comunidade, por isso ainda nos encontramos. (Ana Lúcia, 27 anos)

Se consideramos que o despertar para Deus ocorre mais profunamente para algumas pessoas no período da catequese, poderíamos avaliar essas experiências a partir do envolvimento do grupo:

O primeiro relato nos define um modelo de encontros em que tudo é bom, mas falta a co-responsabilidade na ação catequética e com ela. É o típico catequista legal, que agrada a todo. Porém, o resultado de sua ação é de uma participação festiva e sem requisitos para promover o envolvimento com a comunidade. a intenção do catequista visa promover a unidade,mas deixa de vislumbrar continuidade e experiência concreta de comunidade que se inicia nos encontros de catequese.


O segundo relato nos apresenta o modelo mais comum de encontros. o modelo que mais se aproxima de uma escolarização antiga, fora do contexto. Há o repasse de conteúdo, existe a partilha, mas sem envolvimento. Portanto, não é suficiente. Os catequizadnos cumprem as exig~encias quase que seguindo um ritual,no entanto nem sempre se envolvem por inteiro, ou conseguem fazer a experiência de grupo e de fé.


O terceiro relato define o que muitos esperam de catequese, de crisstão e de Igreja. Um lugar no qual há espaço para vibrar, festejar, dialogar, particpar, rezar, partilhar a responsabilidade, refletir e avaliar, sempre numa perspectiva de crescimento integral de mudança que gera a conversão e abre espaço para que deus se revele na caminhada da comunidade, que se inicia nos nossos encontros de catequese.


O papel da catequese, nesse processo com seus encontros, é o de contribuir na formação do cristão e educação da fé através de uma prática participativa que propicie ao catequizando sentir-se sujeito da catequese e membro da Igreja.

Os encontros de catequese, quando integrados no desenvolvimento global do catequizando, proporcionam o crescimento na fé. Para isso, os conteúdos na catequese devem convergir para a realidade do grupo, permitindo o confronto com a Palavra de Deus.

É evidente que não podemos esperar que a catequese, em seus encontros, assuma sozinha a reponsabilidade da educação permanente da fé. Esta é responsabilidade de toda a Igreja.

Fonte: Material extraído do cadernos temáticos para evangelização 2- Marilac Loraine e Léo Marcelo - Ed. Vozes

2 comentários:

  1. Excelente questionamento"Qual catequese fazemos?" Já copiei e imprimi para xerocar e dar a todas as catequistas.Obrigada. Denise(Monte Carmelo)

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  2. Olá querida

    Desculpe pela demora da resposta. Trabalho com escola e esta época fica muito corrido.
    Olha, achei seu blog no google.
    Gostei muito e percebi que o trabalho de voces está caminhando igual ao nosso.
    Estamos em formação com o documento 97 e agora vamos fazer o planejamento pastoral da paroquia e estava procurando material para orientação.
    As dicas que me deu foram fantásticas e já compreii.
    Muito obrigada e continue com seu trabalho que certamente é de evangelização para os leigos que já estão atuandfo e precisam de ajuda.
    Fique com Deus
    Carminha Hanna
    Indaiatuba-SP

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