quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Perdoar sempre!!!

Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou:

- Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?

O perdão é uma estrada de mão dupla: sempre que perdoamos alguém, estamos também perdoando a nós mesmos. Se somos tolerantes com os outros, fica mais fácil aceitar nossos próprios erros. A partir daí, sem culpa e sem amargura, conseguimos melhorar nossa atitude diante da vida.

Pedro perguntou a Cristo: "Mestre, devo perdoar sete vezes meu próximo?" E Cristo respondeu: "não apenas sete, mas setenta vezes". Como não sou santo, muitas vezes tenho dificuldades em perdoar; é difícil aceitar certas injustiças. Mas consigo usar minha força de vontade e controlar-me, para mais tarde entender que sempre saí ganhando quando agi desta maneira. A seguir, algumas histórias a respeito.


Pagando pelo insulto
Um abade do mosteiro de Sceta foi procurado por um jovem que queria seguir o caminho espiritual.
- Procuro agir da melhor maneira possível, mas tenho dificuldades em perdoar meus inimigos.
- Pelo período de um ano, pague uma moeda a quem lhe agredir - disse o abade.
- Preciso perdoá-lo também?
- Não. Apenas gratifique quem o ofende.
Durante doze meses, o rapaz pagava uma moeda sempre que era agredido. No final do ano, voltou ao abade, para saber o próximo passo.
- Vá até a cidade comprar comida para mim.
Assim que o rapaz saiu, o abade disfarçou-se de mendigo e, tomando um atalho que conhecia, foi até o mercado. Quando o jovem se aproximou, começou a insultá-lo.
- Não adianta, não vai conseguir nada de mim! - disse o rapaz dando gargalhadas.
- Durante um ano inteiro tive que pagar a todos que me agrediam, e a partir de hoje posso ser agredido de graça, sem gastar nada!
Ouvindo isto, o abade retirou seu disfarce.
- Você está pronto para seguir o caminho espiritual, porque consegue rir dos problemas.


Vencendo o insulto
- Quem é o melhor no uso da espada?, perguntou o discípulo.
- Vá até o campo perto do templo - disse o mestre zen.
- Ali existe uma rocha. Insulte-a.
- Por que devo fazer isso? A rocha jamais me responderá de volta!
- Então, ataque-a com sua espada.
- Tampouco farei isto. Minha espada se quebrará. E se atacá-la com minhas mãos, ferirei meus dedos sem conseguir nada. Mas minha pergunta era outra: quem é o melhor no uso da espada?"
- O melhor é o que se parece com a rocha. Sem desembainhar a lâmina, sem precisar perdoar o agressor, consegue mostrar que ninguém poderá vencê-lo.


Aguentando o insulto
Um rico mercador judeu viajava na mesma cabine de trem com um senhor malvestido. Em determinado momento, seu companheiro de viagem tentou entabular uma conversa, mas o mercador virou-se e preferiu contemplar a paisagem: aquele pobre coitado nada tinha de importante para lhe oferecer.
Quando chegaram, notou que na plataforma da estação havia uma multidão enorme, esperando aquele que era um dos mais sábios e santos rabinos europeus. E foi aí que se deu conta, ao descer do vagão, que a pessoa tão esperada era justamente seu companheiro de cabine.
Embaraçado pelo seu comportamento, e lamentando porque não usara uma oportunidade de ouro para conversar com alguém tão especial, ele foi pedir perdão pelo seu comportamento. O velho rabino respondeu:
- Não tenho o direito de fazer isso. Para conseguir perdão, você deve pedi-lo a todos os pobres do mundo, que foram agredidos pelo seu orgulho e pelo seu comportamento.



Paulo Coelho

Um comentário:

  1. Olá querida, q Saudades!
    Amo ler o Paulo Coelho, aprendi muito em suas leituras, mas outro dia uma catequista disse a mim e a outra q nós não eramos catequistas não, pois liamos ele. Fiquei pensando... será q antes de criticar e me excluir da pastoral q tanto amo, ela ao menos já leu algo q ele escreveu? rs
    Beijinhos e saudades!

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