sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Livro, usar ou não usar, eis a questão! PARTE 2

Tempo atrás discutiamos sobre o usar ou não usar livros, vejo que essa e tantas outras questões mudam de lugar pra lugar, aqui na minha paróquia, por questão de organização usamos o livro como direcionamento, sei também que existem catequistas aqui engessados, que ficam totalmente presos ao que está escrito e nas orientações  do manual, perdendo a chance de se tornarem catequistas criativos, sei também que existem catequistas que procuram de todas as formas enriquecer seus encontros, buscando outras fontes, como dinãmicas, CIC, histórias e colhendo experiências de outros catequistas. Ontem num encontro que fiz para pais, deixei bem claro que nosso livro principal da catequese é a Bíblia, mas não aquela que fica lá no canto empoeirada, pois essa é apenas um livro, mas aquela onde a criança, a família manuseia, lê, medita, rumina...
Fernando, você escreve bem sim, não concordei na época em algumas coisas até pra me defender e defender os catequistas que não se deixam engessar pelo livro. Concordei em muita coisa com você e fiquei feliz com sua resposta, com seu cuidado ao me responder. Te agradeço muito e tomo a liberdade de postar seu texto para que muitos outros catequistas se beneficiem dele. Destaco uma frase sua do primeiro texto : Catequista, Você é muito mais que um livro, deixe que ele te ajude, não que tome seu lugar. Grande abraço! Imaculada

Por: FERNANDO LOPES
Arquidiocese de Cuiabá - MT
Coord.Pastoral da Catequese / Ministro Extraordinário da Palavra de Deus / Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística

Olá irmãos catequistas, em 18 de fevereiro deste ano eu enviei o artigo “Livro, usar ou não usar, eis a questão” para o nosso irmão Anderson, este abençoado que é responsável e dono deste site que nos ajuda tanto e que merece estar em nossas orações por nos dar de presente uma ferramenta tão maravilhosa e completa como o site “catequisar”.

Bem, depois que ele publicou o artigo no site eu não tive mais sossego, eu nunca recebi em toda minha vida tantos e-mails como recebi sobre esse artigo. Percebi que é um assunto gritante na Catequese e fiquei muito feliz com as histórias que eu li, das experiências que me contaram. Prometi no artigo que se mandassem uma resposta com opinião contrária a minha e satisfatória publicaria na coluna. Na verdade, da centena de e-mails que eu recebi eu só recebi dois (2) e-mails contrários a minha opinião. Mas percebi que foram pessoas que na verdade não entenderam o que eu escrevi e que trocando e-mails fomos nos acertando quanto à compreensão do texto. Uma dessas pessoas é a Imaculada, lá de Franca-SP, ela me disse algo que me preocupou, disse que muitas pessoas não concordaram com o que escrevi, mas não tiveram coragem de me mandar um e-mail dizendo isso.

Em primeiro lugar gostaria de dizer que não tenho dom de escrever, é algo que estou desenvolvendo, escrevo simples, da forma que eu falo, por isso devo errar muito ao escrever e também não devo conseguir expressar o que quero falar, escrevendo. Peço desculpas! Por isso, se alguém não entender o que eu escrevi ou o que vou escrever daqui pra frente, me mande um e-mail, estarei pronto para aprender sempre e melhorar com ajuda de vocês.

Em segundo lugar, sobre o artigo, vou pontuar algumas coisas que ficaram em dúvida para que possam entender melhor. Espero que ajude:

1 - Quando eu falo que o livro engessa é muito importante entender que na verdade quem engessa não é o livro e sim  o próprio catequista que se DEIXA engessar, e por quê? Porque muitos catequistas têm preguiça, não tem tempo. Hoje a  nossa vida anda muito corrida, é trabalho, trânsito, problemas, contas, família... é complicado! 24 horas é pouco pra um dia só. Quando que a pessoa tira tempo pra preparar um encontro, sentar-se à mesa e tirar referências bíblicas, sentar com seu parceiro de catequese, marcar uma reunião e preparar o próximo encontro. Isso é muito  difícil. Preferem então um livro que já tem pronto e aí é só fazer o que o livro pede. Entende? Isso é engessamento. Basear o encontro no seu trabalho, na sua experiência,  não vale mais, é mais simples e prático usar um livro. Mas se você é um catequista que reserva tempo para preparar seu encontro, parabéns, é isso que a catequese precisa. Mas por onde ando, vejo muitos catequistas que usam livro como muleta.

 2- É importante deixar claro que eu não sou contra os livros, eu sou contra quem deixa o livro ser sua única forma de dar catequese. Acho que, ao contrário, o catequista deve ter muitos livros, quanto mais melhor e lê-los é mais importante ainda, livro pra decorar não funciona. O Livro é para usar como fonte da sua formação pessoal, essa é a segunda dimensão do catequista, segundo o DNC: o SABER!

3 - Quando cito que ser catequista é fácil, não é o que EU penso, mas é o que muita gente que entra na catequese pensa. É aquela coisa da "boa vontade", todo mundo quer ajudar, mas não é só isso que basta, achar que a  catequese é só trabalhar com crianças e  que não precisa se preocupar porque tem um livro pra seguir, aí fica fácil. Só que isso não é o meu pensamento como já disse. Sou coordenador de pastoral da catequese, e vejo os que entram pelo oba-oba e ficam pelo caminho, porque quando precisam dar um pouco mais de si não conseguem, por quê? Porque entenderam errado o que é catequese. Não percebem que catequese é experiências de vidas: vida de Jesus, vida do catequizando e a vida do catequista que se encontram, que se relacionam que se voltam pra mesma direção.

4 - Agora, venhamos e convenhamos, os autores de livros poderiam ser menos generosos com os catequistas não acha? Se só dessem pistas, ao invés do encontro pronto, seria bem melhor. Aí sim a postura de catequistas mudaria, aí sim a visão sobre a pastoral da catequese mudaria. Catequese como base de uma comunidade, catequese como centro de formação da comunidade. Catequistas que se colocam como pessoas conhecedoras da palavra de Deus e representantes da Igreja. Mas isso vai demorar um pouco. Precisamos mudar essa cultura, criarmos uma corrente pró-formação pessoal. Que é exatamente o que falta, muitos catequistas criticam a igreja porque não dão formação, mas individualmente ninguém vai numa livraria, numa biblioteca procurar um livro para estudar. Ninguém procura um padre para tirar dúvida, um catequista mais experiente. Vou dizer algo muito importante, talvez alguns não saibam, quando falamos que: “Deus não escolhe os capacitados, Ele capacita os escolhidos”, isso não significa que vai brotar em você conhecimento, que vai cair um balde de capacitação na sua cabeça. Deus dá a você a chance de fazer isso, Deus te dá as ferramentas, quem deve usar é você, igual a mim, eu não sou bom para escrever, mas Deus está me dando a chance por meio desse canal de comunicação e dos e-mails de vocês que se comunicam comigo.

Pensem nisso!
Obrigado à todos mais uma vez,
Fiquem com Deus!

Fonte.: www.catequisar.com.br
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