sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Catequese infantilizada, Catequistas psicólogos!!

Hoje dia do psicólogo,  quero parabenizar todos os catequistas psicólogos, dentre eles, a Samya de Fortaleza, grande pessoa, grande catequista. Formados ou não cada um de nós catequistas, somos um pouquinho psicólogos, psicólogas. Escrevi essa experiência  a muitos tempo atrás: catequese infantilizada, catequistas psicólogos ...

“Faz parte da sabedoria popular a idéia de que crianças excessivamente mimadas tendem a enfrentar grandes dificuldades, já na infância. Isso porque os mimos, o excesso de atenção, a exagerada presteza dos adultos impedem a criança de aprender a cair e levantar por conta própria e, em paralelo, não lhe possibilita entrar em contato com perdas e frustrações, em geral benéficas ao bom desenvolvimento.
O excesso de mimos na infância tende a gerar adultos com maior predisposição a problemas de enfrentamento da realidade, menor capacidade de adaptação ao meio, menor tolerância no trato interpessoal, menores chances de realização profissional, pessoal etc. Ou seja, ainda que imbuídos de boas intenções, os pais podem desfavorecer o desenvolvimento dos filhos, na ânsia de ajudá­los. Aqui vale o velho ditado de que é melhor não dar o peixe, mas sim, ensinar a pescar.
Educadores e profissionais de saúde envolvidos no trato com crianças têm mais condições de enxergar do que os próprios pais que, porventura, estejam com dificuldade de deixar a criança desenvolver-se. Por isso, fique alerta quando a criança (não) cresce rodeada de mimos; a família pode estar precisando de ajuda.”
Cláudia Costa Moreira-Psicóloga, psicoterapeuta

Catequistas,cuidado!
Adverte os psicólogos na maneira de tratar as crianças e adolescentes no que diz respeito a infantilizar demais.
 Eu tive uma catequizanda assim... Quando iniciou a catequese, percebi que tudo dela era diferente, mais bonito, seus materiais, lápis, caderno, caneta gel ela tinha aos montes e tinha uma dificuldade enorme em dividir e com isso ela ficava sempre afastada do grupo.

Na catequese recebemos crianças que mais parecem projetos de adultos, tanto na maneira de se vestir, como de  falar,  em contrapartida recebemos crianças da mesma idade totalmente infantilizadas. Em alguns casos nós catequistas, percebemos ser excesso de mimo. Com isso a criança sofre, pois ela fica parecendo uma peça solta do quebra cabeça, se destacando no grupo negativamente.

Essa catequizanda, era egoísta, queria a minha atenção só pra ela e ai de quem se aproximasse de mim, ela grudava na minha cintura e ninguém chegava perto, aquilo começou a me incomodar.

Tinha dificuldades em se expressar, sua fala quase não saia, no início achei que tinha alguma deficiência, mas aos poucos fui percebendo que era excesso de mimo, parecia  uma criança de 05 anos. Comecei a me aproximar dos pais,  descobri que era filha única e que tudo era pra ela.Os pais,  não tinha mais o controle da situação, pois a palavra “NÂO” ela tinha riscado do dicionário e sempre queria mais e mais.

Até que um dia o pai me pediu socorro dizendo: “Imaculada, não sei mais o que fazer, ela tem quase 100 canetas e ainda quer mais e agora quer um computador só pra ela e foi um desabafo daqueles.(a mais de 10 anos atrás, ainda não era tão comum o computador, como hoje)

Pensei com meus butões... E eu com isso???! E vi que tinha muito haver com isso sim, então comecei a trabalhar isso nos encontros de uma maneira geral e fui conversando sempre com os pais, até parecia que eu era a psicóloga...

Mudei minha conduta com ela, quando fazia alguma pergunta e ela ao responder começava a gaguejar, eu já falava forte: “Ei... pare, respire, você sabe falar direito, vamos lá!!! Tratava ela igual à todos, com carinho, mas com seriedade quando era necessário, não entrava mais no jogo dela. (Nem sabia se estava agindo certo.)

Na segunda etapa, continuei com a turma e ela se desenvolveu bastante, falava normalmente e aquilo era motivo de festa junto com os pais.
E que bom que isso aconteceu, pois naquele ano ela ficou doente e descobriu estar com Diabetes e teria que lidar com muitos nãos, em seguida perdeu seu pai de maneira brusca e também sua avó. Sofremos muito, mas já não era mais aquela criança mimada e me mostrou estar bem madura para enfrentar tudo aquilo com tão pouca idade.

Cada catequizando colocado em nossa vida é responsabilidade nossa sim e precisamos tentar ajudar na medida do possível. Tudo isso só pra dizer que precisamos estar atentos na maneira de conduzir nossos encontros, pois a Igreja tá cheia de adultos infantis na fé e será que a catequese não tem uma parcela de responsabilidade nisso. Precisamos trabalhar conforme a idade de cada turma.

Uma orientação sobre a psicologia das idades atualizada seria muito bom, pois as crianças de hoje são bem diferentes das de 10 anos atrás.
Com tantos trabalhos voluntários, porque não um acompanhamento de um(a) psicólogo(a)l pra nos ajudar na catequese. Essa é uma das minhas reivindicações pra catequese.

 Pensem nisso!
Um beijinho, quer dizer um grande beijo à todos! Pois esses “inhos”, tudo no diminutivo infantiliza muito neh!!!
Imaculada Cintra!!

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