quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Advento



Nas correrias e ritmo acelerado da vida moderna, esperar passou a ser um desafio para as pessoas. E o tempo do Advento é o contrário disto, porque significa “tempo de espera”, de preparação próxima para a chegada do Menino Deus. São semanas que sugerem contemplação do mistério da encarnação do Verbo de Deus, aquilo que já vinha sendo anunciado pelos profetas no Antigo Testamento.
Esse tempo marca o início do Ano Litúrgico, culminando com o Natal de Jesus. Fazemos uma trajetória de reflexões fecundadas pela leitura atenta da Palavra de Deus. O Senhor nos fala pela Sagrada Escritura e nos convida a seguir seus ensinamentos de forma ativa e com responsabilidade. Ele quer de nós gestos verdadeiros de solidariedade e justiça para construirmos a paz.
No período do Advento realizamos, nas comunidades cristãs, a Novena de Natal. Aquelas que são bem preparadas apresentam uma verdadeira catequese, um anúncio querigmático da vida de Jesus. Provocam um encontro da pessoa com todo o processo da chegada do Menino-Deus, e como uma verdadeira experiência de pré-natal. É a preparação para a chegada de novos tempos.
Nos quatro domingos do Advento deve-se descobrir que o “Senhor é a nossa justiça”, e que o evento “Natal” expressa um gesto bonito e carregado da solidariedade de Deus para com o seu povo. Quem nasce deve ter o direito de viver, de conviver, de ir e vir, de um fim natural e de construir a “cidade de Deus”, cidade de respeito e dignidade do ser humano e de fraternidade verdadeira.
Todo esse cenário faz parte do projeto já anunciado no longínquo passado bíblico. Nada acontece por acaso, porque Deus é o Senhor da história. Mesmo em acontecimentos terríveis da chegada dos fins dos tempos, provocados pela própria natureza, esses fatos não podem ser causadores de desânimo e desestímulo para a vida, porque Deus caminha com seu povo e não o deixa desamparado.
No Advento as pessoas devem estar abertas para a escuta da “fala” de Deus e ao convite para seguir sua vontade. Abertura também para superar as infidelidades contra o projeto de vida, o descuido com a prática da verdade e da justiça e se apoiar na força da esperança. Portanto, Advento é um caminhar totalmente ancorado na vigilância e na espera da vinda do Senhor no dia do Natal.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Mensagem da 4ª SBC aos catequistas do Brasil



Indaiatuba(Itaici), 18 de novembro de 2018. 

Nós ouvimos e sabemos que ele é o Salvador do mundo” (Jo 4, 42)

Queridos (as) catequistas,

A 4ª Semana Brasileira de Catequese a serviço da IVC, cujo o lema, nós ouvimos e sabemos que Ele é o Salvador do mundo, mergulhou-nos em temas sobre a Iniciação à Vida Cristã. Eis seu objetivo geral: compreender a catequese de inspiração catecumenal a serviço da Iniciação à Vida Cristã, buscando novos caminhos para a transmissão da fé, no contexto atual. Gostaríamos que esta mensagem chegasse a vocês antes do nosso retorno. Afinal, nada do que refletimos aqui se torna realidade sem o trabalho dedicado de vocês aí.

Algumas questões muito relevantes abordamos aqui:
-A transmissão da fé às novas gerações nos novos contextos e com novos interlocutores;
-A mudança que o seguimento de Jesus traz à nossa compreensão do sentido da vida;
-A importância da liturgia para mergulhar no segredo de Deus, isto é, no seu mistério e no compromisso com a vida;
-O Senhor Jesus Cristo é a Palavra humana por Deus pronunciada. A Leitura Orante é a grande experiência de deixá-Lo falar.
-Acolher essa palavra nos aproxima do irmão e nos faz viver em comunidade,
-Os tempos mudaram, a linguagem digital domina os movimentos e os relacionamentos. Nós, catequistas, somos desafiados e desafiadas a comunicar nesta realidade, a alegria do Evangelho.

Como aconteceu com a Samaritana depois do encontro com Jesus Cristo, queremos voltar para comunicar a experiência que tivemos com Ele. Assim esperamos que muitas pessoas possam conhecer e acolher com alegria as boas notícias da parte de Deus. Os tempos são difíceis, mas as promessas de Deus são generosas. Tudo passa rápido, mas a fidelidade dele é permanente. E todos nós, catequistas, vivemos a emocionante alegria de sermos testemunhas deste anúncio do qual o mundo tanto precisa.

Se quisermos ser fieis à Igreja do Evangelho e ter criatividade ao em transmitir a pessoa de Jesus Cristo, o melhor caminho será abraçar a possibilidade de processos iniciáticos nas nossas comunidades. Onde já se começou, comunidades novas surgem. Quem é iniciado assume uma nova identidade. 

Queridos catequistas, que Deus lhes multiplique em bênçãos a bênção que são vocês para a formação de novos discípulos, novos missionários e muitos novos iniciados. São grandes os problemas, mas são maiores as nossas esperanças.

Hoje é fácil encontrar más notícias. Mas a Iniciação à Vida Cristã é uma grande geradora de boas notícias. Vocês, catequistas, são Palavras da Igreja na construção do mundo melhor que Deus sonha para todos os seus filhos.

Que Maria, a catequista de Nazaré, lhes seja uma grande fonte de inspiração na experiência do discipulado. Que ressoe em seus ouvidos a frase pronunciada em Caná: “fazei tudo o que Ele vos disser!”(Jo 2, 5) e assim nunca faltará o vinho da alegria na festa da vida.

Catequistas Participantes da 4ª Semana Brasileira de Catequese

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

4ª Semana Brasileira de Catequese - Um evento ou um acontecimento?


Nem todo evento se torna um acontecimento

Segundo dom Peruzzo, presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, existe uma grande diferença entre um evento e um acontecimento. Um evento termina na hora em que se encerra. Vivemos aquele momento, nos despedimos sem afetividade, não suscita novas experiências e não encaminha para novos passos. Ele ainda cita um exemplo: no tempo de namoro, quantas foram as paqueras(eventos), mas uma apenas acabou em casamento, se tornando um acontecimento.

Fala também de como surgiu a ideia da realização da 4ª SBC. Em 2017, por ocasião da 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos  em Aparecida para a aprovação do doc 107, numa roda de conversas e sugestões, dom Carlos Verzeletti, se levanta e propõe a 4ª SBC para aprofundar, refletir, estimular a temática, partilhar as experiências de IVC pelo Brasil a fora. Entre várias sugestões(eventos), uma sugestão se tornou acontecimento.

Enfatiza que a 4ª Semana Brasileira de Catequese, assim como as outras, são acontecimentos de evangelização para nossa Igreja e que todos os que participaram devem voltar para casa, para suas dioceses, conscientes da responsabilidade de fazer ecoar tudo que viveram nesses dias.

Enfim, agradece à todos os envolvidos na organização dessa semana com essas palavras:   Que seja o senhor Deus a dar um abraço de gratidão a todos os que atuaram direta e indiretamente, muitos  não foram vistos, mas o resultado se fez visto.


Enfim,  tive a alegria de participar da 4ª Semana Brasileira de Catequese, usarei desse espaço, dessa ferramenta para fazer multiplicar toda riqueza que vivemos nesses dias. Houve uma equipe responsável divulgando em tempo real parte do que se passava por lá,  com fotos, videos com síntese dos conferencistas e catequetas  homenageados.

Fique por dentro, acompanhe pela fanpage no facebook: catequese do Brasil, pelo Youtube e também pelo site oficial: www.catequesedobrasil.com.br

Imaculada Cintra
SUL1




terça-feira, 13 de novembro de 2018

logotipo da 4ª SBC

O símbolo visual da 4ª Semana Brasileira de Catequese, que tem como inspiração o texto bíblico: “Nós ouvimos e sabemos que ele é o Salvador do mundo” (Jo 4,42), é constituído por uma cruz central, sinal de nossa salvação, sinal do amor de Jesus que nos amou até o fim. A cruz refere-se à morte de Jesus e também à sua ressurreição. A cruz é símbolo do estilo de vida que Cristo ensinou e que agora, somos convidados a assumir, do caminho pascal, de morte e ressurreição, que Cristo percorreu e que agora somos chamados a percorrer: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).É com o sinal da cruz que os catecúmenos são acolhidos na iniciação cristã.
Do lado esquerdo um pequeno traço nos lembra o lado transpassado de Cristo:  “Pendente da cruz, do seu coração aberto pela lança fez correr sangue e água” (RICA 215). O sangue e água são identificados pela Tradição da Igreja como os dois sacramentos principais: Eucaristia e Batismo. O lado aberto de Cristo morto na cruz também evoca a nossa imersão batismal na paixão e morte do Senhor. Do seio de Jesus elevado e glorificado no mistério da morte e ressurreição, flui a água viva, símbolo do dom do Espírito Santo. O Batismo confere aos fiéis o dom do Espírito Santo e os tornam portadores e templos do Espírito.
O espiral que se forma nas cores vermelha e azul, símbolo do sangue e da água, remete-nos a caminhada que iniciamos todos nós, a partir da fé em Jesus Cristo e da sua Igreja, que nasceu do seu lado aberto, assim como nova Eva do lado do novo Adão. É símbolo da caminhada dos simpatizantes, catecúmenos, eleitos, neófitos... de todo Cristão. O espiral em sentido anti-horário, representando o Kairós de Deus, “o tempo oportuno”, pelo qual somos regidos, amadurecemos e crescemos, ano após ano, de domingo a domingo, de páscoa em páscoa, até a páscoa definitiva. As pegadas aí impressas mostram que a nossa fé não é circular, mas espiral, como no ano litúrgico. A cada ano concluído, não paramos no mesmo lugar, amadurecemos no seguimento, não somos mais os mesmos, subimos um degrau.
Assim, a logotipo da 4ª SBC em sua simplicidade e profundidade, quer nos ajudar a refletir e a resgatar a essência de nossa fé e o fundamento da Iniciação à Vida Cristã, que deve unir experiência e anúncio, fé e vida num itinerário capaz de nos transformar em discípulos missionários de Jesus Cristo.
Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequética

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Um encontro diferente!






As imagens falam por si só. Só alegria e descontração, um encontro diferente. Admiro iniciativas assim, a catequese de forma leve, vivencial, fora de quatro paredes de uma sala cria proximidade, faz toda diferença. São experiências que marca toda uma caminhada. Essa experiência que partilho com vocês foi de um encontro com os crismandos da Paróquia Santuário Nossa Senhora de Fátima em Natal/RN.
Quando estive no nordeste para uma turnê de formação para catequistas, tive a oportunidade de falar de forma rápida com os catequistas dessa paróquia. Um grupo animado e com a presença de muitos jovens dispostos a ajudar na catequese, o que acho positivo, isso mostra que o trabalho com a Iniciação à Vida Cristã está sendo bem feito.

Pedi a permissão para compartilhar com vocês, para que possamos nos inspirar. Parabéns aos catequistas que pensaram e organizaram esse encontro maravilhoso.

"Resolvemos fazer algo extremamente diferente, onde nossa intenção é deixar registrado na mente e na vida de cada um que tudo que Deus criou teve e tem um fundamento especial. 
Na criação do mundo e nas maravilhas que assim DEUS criou !! Apresentar a simplicidade da natureza foi espetacular, a importância da água e fazendo a comparação do mar quando é violento e dos afogamentos e ao trazer pra nossa vida fizemos a comparação que se afogar no Espírito Santo de Deus e ficar renovados e banhados de amor!!!
Fizemos a explicação dos 6 dias da criação e no 7 dia o senhor descansou. Para o sétimo dia imaginamos Jesus jovem, então foi o momento que paramos pra lanchar e imaginar se Jesus estivesse ali, ele também comeria pipocas, salgados e refrigerantes conosco, em sua simplicidade de Pai!! 
E por fim, para concretizar esse encontro com algo marcante, fomos banhados na água corrente e saímos purificados." (Josy Barbosa)

 Turmas do village ,novo horizonte e matriz turma A.
 Deus viu que tudo que ele criou é bom!!! 


Os crismandos adoraram e os catequistas também  !! 



Ser catequista é vestir verdadeiramente a camisa  

sábado, 29 de setembro de 2018

Mensagem do Papa ao Congresso Internacional de Catequese



"O Catequista coloca-se a serviço da Palavra de Deus, que é um primeiro anúncio, sobretudo no atual contexto de indiferença. O primeiro anúncio refere-se a Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou e que perdoa todos os que abrem seus corações e se converterem!", diz o Papa na videomensagem.



 Por Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

O Santo Padre enviou, neste sábado (22/9), uma vídeo-mensagem aos cerca de 1.500 participantes de 48 países na Conferência internacional sobre "O catequista, testemunha do mistério", promovida pelo Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que se realiza, na Sala Paulo VI, no Vaticano, de 20 a 23 do corrente.

Em sua mensagem o Papa expressa sua satisfação em poder participar, mediante a sua vídeo-mensagem, deste encontro importante para os catequistas, que, nestes três dias, estão refletindo sobre a II parte do Catecismo da Igreja Católica.

Esta parte do Catecismo, diz Francisco, trata de conteúdos importantes e basilares para a Igreja e para cada cristão: a vida sacramental, a ação litúrgica e seu impacto na catequese.

O Santo Padre cumprimenta, cordialmente, o numeroso grupo de participantes, acompanhados por alguns Bispos, e aos agradece pelo sua presença e entusiasmo com o qual vivem na Igreja e para a Igreja.

Francisco recordou, com prazer, o primeiro encontro que manteve com os Catequistas, durante o Ano da Fé, em 2013, aos quais, na ocasião, pediu para serem “catequistas e não trabalharem como catequistas”, apesar de gostarem de ensinar. “Ser Catequista – frisou o Papa - é uma vocação e não um trabalho, porque envolve a vida; o catequista leva ao encontro com Jesus, com palavras, vida e testemunho”.

Visto que o Papa se encontra em Vilnius, para a sua Viagem Apostólica aos Países bálticos, aproveitou os meios da tecnologia para dirigir um pensamento aos Catequistas, reunidos no Vaticano, encorajando-os a prestar esta forma de serviço à comunidade cristã, como verdadeiro e genuíno ministério, tão necessário para a missão da Igreja.

O Catequista - explica ainda o Santo Padre – coloca-se a serviço da Palavra de Deus, que é um primeiro anúncio, sobretudo no atual contexto de indiferença. O primeiro anúncio refere-se a Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou e que perdoa todos os que abrem seus corações e se converterem!

Por outro lado, Francisco recordou que “o Catequista não é um professor que leciona. A catequese não é uma lição, mas a expressão da própria experiência e testemunho de fé em Cristo. Não se deve impor a verdade da fé, mas comunicá-la com carinho, paciência e amizade. Só assim a catequese se torna promoção da vida cristã, apoio na formação global dos fiéis e incentivo para ser discípulos missionários.

O mistério da Igreja encontra a sua máxima expressão na Liturgia. A vida sacramental tem seu ápice na Eucaristia!

O Santo Padre concluiu sua vídeo-mensagem fazendo seu auspício de que todos os Catequistas, reunidos no Congresso internacional no Vaticano, possam viver estes dias com intensidade, afim de que possam levar às suas comunidades a riqueza deste encontro, que tem como tema “Catequista, testemunha do mistério”!

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Ensinar orações é papel do catequista ou da família?

Saudade do tempo em que fazia do meu blog um diário catequético.

Em minhas andanças  trabalhando com catequistas, ouço muitas inquietações e enquanto catequista atuante comungo dessas inquietações. Uma delas: ensinar orações é papel do catequista ou da família?
Respondo com convicção que é na família que as crianças devem aprender as primeiras noções de fé, incluindo orações.  Uma criança, cujo pais tem uma caminhada de fé, ele chega na catequese sabendo as orações básicas. Porém, a realidade gritante é que a maioria chega pra nós, sem saber traçar o sinal da cruz. E o que fazer? Dizer aos pais que não vamos ensinar orações na catequese e que isso compete à família?
Podemos abordar sim essa questão com a família, mas de forma que não escandalize, pois temos consciência de que nossas famílias precisam ser evangelizadas tal qual nossos catequizandos.
Sendo assim amados, não vamos conseguir nada agindo à ferro e fogo. 
Quando assumimos uma turma de catequese, nos tornamos um pouco mãe deles, não é mesmo?
Então, vamos ensinar sim,  rezando com eles a cada encontro. Quando perceberem que já sabem a ave-maria e o pai-nosso, introduza, o credo e a salve rainha. Muitas vezes optamos pelas mais fáceis e as mais longas e com palavras complicadas, vamos deixando de lado. Conclusão? Vão passar pelo processo catequético sem saber as orações.

Entre o que é o ideal e a realidade existe um abismo grande, por isso somos chamados a dar um novo rosto à nossa maneira de evangelizar. Batizados não evangelizados é o desafio de todos nós.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Catequista, sempre incompleto, inacabado...


Não se forma, quem não quer. 
Ouvi recentemente que o catequista que não tem nenhuma vontade de participar de formações, de estudar, é porque não TEM VOCAÇÃO para ser catequista.  Você concorda com essa afirmação?
Eu concordo, pois o catequista vocacionado tem uma sede insaciável pelo saber. Sempre se acha inacabado, incompleto. Que bom que hoje em dia temos tantas oportunidades de nos formar. Estou encantada com os cursos promovidos com tanto carinho pensando na formação do catequista. Uma oportunidade de se formar sem sair de casa.  Se formar para melhor servir!!! 
Entre e confira!

******

Paulinas acompanha as mudanças de seu tempo para melhor propagar o Evangelho com os meios modernos de comunicação,  buscando novos caminhos para evangelização.  Paulinas EaD inova com os cursos a distância de Catequese.


 O mais novo lançamento é o curso "Espiritualidade e Missão do Catequista", com início no dia 03/09 e inscrições no site até 31/08.

Ambientação para encontro sobre a Bíblia...

Fiz essa postagem alguns anos atrás, estou republicando...

Ontem nosso encontro de catequese foi sobre a Bíblia, estamos dando uma atenção especial nesse mês de setembro. Comecei nosso encontro de uma maneira celebrativa. Coloquei em prática a sugestão da Rosangela de Londrina, confeccionei meu coração.  Usei uma folha de isopor, usando duas fica melhor ainda, o azul, usei o papel ondulado, que pode ser substituído por TNT, no coração, usei papel laminado, amassei para dar um efeito legal e para fixar usei  taxinhas.  Dependendo da espessura do isopor, pode se usar alfinete de costura. Foi  fácil e rápido. As vezes olhamos as coisas e achamos complicado, mas quando nos dispomos a fazer, a coisa sai. Cada catequizando antes de ler, se dirigia  frente a Palavra, fazia a "vênia", se posicionava e lia sua passagem bíblica. Aproveitando desse momento, para explicar como devemos nos comportar diante do santíssimo e também em que momentos fazemos a vênia dentro da Igreja, ou nas celebrações. Porque é horrível, você ver adultos que passam de frente ao altar sem nenhum gesto de respeito.
"Genuflexão: é um gesto usado somente para o Santíssimo Sacramento, quando se entra e sai da igreja, como também depois de aberto o Sacrário e antes de fechá-lo. Tal gesto significa adoração e respeito pelo Corpo do Senhor. Existem duas formas de genuflexão: com um dos joelhos (o direito) quando o Santíssimo não está exposto e com os dois joelhos quando o Santíssimo está exposto no ostensório.
Vênia: é uma pequena inclinação com o corpo feita para o altar ou para a cruz, cujo significado é de reverência e solenidade. "

Enfim, nosso encontro foi super gostoso, terminamos comendo bolacha de água e sal com o mel. Eles adoraram.  Em alguns encontros, você sai igual uma cana saida do engenho,  outros saimos frustrados, se sentindo o pior dos catequistas, outros você sai contente, porque conseguiu passar a mensagem de uma forma tranquila. Assim foi nosso encontro dessa quarta. Pena que faltaram cinco catequizandos. No geral, estou feliz, pois  estão se desenvolvendo  bem, são  participativos e interessados.



SUGESTÕES:
- Fazer um coração grande de isopor (2 folhas de isopor grossa), para ser colocado dentro dele uma Bíblia aberta.
PAINEL - forrar com TNT azul marinho , assim dará destaque ao coração (vermelho)`
Poderá ser colocado a frase: BÍBLIA NA MÃO, NO CORAÇÃO E PÉS NA MISSÃO.

3. Caso queira complementar esse painel, poderá ser colocado vários objetos com
as respectivas citações bíblicas , que demonstram o que é a Palavra de Deus:

a. Vidro de mel
"Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel à minha boca."
(Salmo 119-103)




b. Espada
“Porque a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.” Hb. 4, 12.

c. Vela/ lamparina/Lâmpada -
“TUA PALAVRA, SENHOR, É LÂMPADA PARA OS MEUS PÉS E LUZ PARA O MEU CAMINHO.” (Salmo 119,105)


d. Balança - símbolo da justiça

“TODA ESCRITURA É INSPIRADA POR D EUS E É ÚTIL PARA ENSINAR, PARA REFUTAR, PARA CORRIGIR, PARA EDUCAR NA JUSTIÇA, A FIM DE QUE O HOMEM DE DEUS SEJA PERFEITO, PREPARADO PARA TODA BOA OBRA.” (2 Tm 3, ,16-17)



e. Rocha

"Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha." (Mt. 7, 24-26

f. Semente - A Palavra de Deus é como a semente. Aquela que cai em terra boa representa aqueles que, ouvindo de coração bom e generoso, conservam a Palavra e dão frutos na perseverança. (Lc. 8,11-15)

g. Martelo – A minha Palavra é como o martelo que esmiúça a pedra. (Jr. 23,29) Ou A Palavra de Deus é como um martelo: quebra a rocha do coração endurecido pelo pecado.








h. Água – Desça como chuva meu ensinamento e minha Palavra se espalhe como orvalho; como chuvisco sobre a relva macia e aguaceiro em grama verdejante (Dt. 32,2)



i. Tesoura: a Palavra de Deus é como uma tesoura: poda e elimina os vestígios do mal em nós.



j. Pão: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. (Mt. 4,4)

domingo, 26 de agosto de 2018

As bem aventuranças do CATEQUISTA

Ser catequista é ser encantador de gente, como Jesus foi. Ser encantador de gente se aprimora com o tempo e talvez seja uma das coisas mais lindas do Catequista: ser capaz de “abrir os olhos” das pessoas para a vida, para si mesmas, para o sagrado mistério do mundo e de Deus.
É uma delícia ser catequista, mesmo em meio a dor, sofrimento, dúvidas e decepções. Por isso, o catequista precisa ser declarado Feliz ou Bem-Aventurado:
Bem-aventurado o catequista que se sente chamado, no fundo do fundo de si mesmo, para essa missão. Foi capaz de ouvir a voz amorosa de Deus que o convida a ser companheiro na tarefa de construir um mundo novo. 
Bem-aventurado o catequista que se descobre incompleto e, por isso, se coloca a caminho, em busca de formação, de reflexões, de conversas, de partilhas de experiências. É capaz de perder noites de sono, de dedicar dias inteiros a estudar, a ler bons livros, porque sabe que a educação da fé é uma arte que precisa de muita dedicação.
Bem-aventurado o catequista que se esforça para participar do seu grupo de catequistas porque acredita que o trabalho em conjunto é capaz de remover obstáculos e criar coisas novas. Sabe que a amizade é o encantador tempero da caminhada e da vida. 
Bem-aventurado o catequista que, mesmo sem recursos disponíveis, aprendeu a ser criativo, sobretudo na arte de ser amigo dos catequizandos e soube inventar lugares e meios para anunciar a beleza de ser cristão e viver em comunidade.
Bem-aventurado o teimoso catequista que não desiste diante de desafios que aparecem na Igreja, na comunidade, no grupo de catequistas, no trabalho com os catequizandos. É capaz de "chorar as mágoas”, sem endurecer o coração. Tem o dom de se alegrar imensamente com as pequeninas conquistas e passos dados. 
Bem-aventurado o catequista que descobriu a internet e as redes sociais como lugar de evangelização. Percebeu que Deus se revela em todo lugar. Está atento às novas linguagens e tem na música, na arte, no cinema, na poesia, formas privilegiadas para a transmissão da fé no mundo de hoje.   
Bem-aventurado o catequista que percebeu que, sem a Beleza a experiência cristã e a catequese permanecem incompletas, porque Deus é Beleza, esplendor e espanto. A educação da fé provoca admiração, sobressaltos de infinito, paixão pelo Absoluto, uma inexplicável emoção que nos derruba nos caminhos de Damasco, que são os de todas as vidas e nos faz novos e inquietos. 
Bem-aventurado o catequista que, apaixonado pela Palavra de Deus, descobriu na experiência de seguir Jesus Cristo a alegria de viver e, por isso, anuncia a Fé na Vida. Procura ser íntegro, justo, solidário, verdadeiro, de bem com a vida, comprometido com a comunidade de fé.  
Bem-aventurados os catequistas que foram e são capazes de inspirar a caminhada, agregar pessoas, vislumbrar novos horizontes para a catequese neste país. Souberam prever ou apontar desafios e saídas em momentos de crise e escuridão. Conseguiram manter acesa a chama da alegria, apesar dos dramas que surgem no cumprimento da missão.
Não se trata de ser perfeito, mas consciente da sua imperfeição, o catequista é Feliz porque ama e se deixa surpreender pelo amor de Deus. 
Lucimara Trevizan
Coordenadora da Comissão de Catequese do Regional Leste 2

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Mês das "boas loucuras" e de respostas corajosas...

Quando li essa reflexão, lembrei-me que cresci escutando dos meus pais: "agosto é mês de cachorro louco!" E isso me dava um medo danado de sair pelas ruas e ser mordida por um cão raivoso... Engraçado, que não me lembro de maneira alguma ter escutado nem dos meus pais, nem nas minhas catequeses sobre "agosto, mês das vocações". Vejo que hoje há uma conscientização maior nesse sentido... Que bom!
 Fiquei a pensar na minha vocação familiar e como catequista... As duas por demais exigentes,  renúncias, renúncias, renúncias... Pensei muito no meu compromisso como mãe, como alicerce familiar e pensei também no quanto eu acredito na transformação de uma sociedade através de uma catequese trabalhada com amor...
 Se acreditamos numa causa, temos que lutar, sair do nosso comodismo, do nosso achismo e provocar uma reviravolta em nossa catequese  e principalmente acreditar cegamente NAQUELE que nos impulsiona,  anima,  encoraja, nos empurra dizendo: Vai, estou contigo!
Um mês abençoado à todos vocês catequistas amados e vocacionados! 
Força! Avante!... 
e boas loucuras!
Imaculada Cintra

VOCAÇÃO: é preciso saber viver!
Estamos no"mês do cachorro louco!” Assim falavam meus pais, com tom brincalhão, quando chegava o mês de agosto! Mas, na verdade, hoje reconheço neste mês a celebração de “boas loucuras”, de respostas corajosas capazes de mudar a história! É mês das vocações. Não só das vocações sacerdotais e religiosas, mas da vocação de todo batizado de ser operário da messe do Senhor! Vocação dos pais, vocação dos leigos.


Diz uma canção de Roberto Carlos e também cantada pelo Titãs: “É preciso ter cuidado, pra mais tarde não sofrer, é preciso saber viver! E eis aí a questão: vocação vem de vocare-chamado - o que implica uma resposta. E eu reafirmo: é preciso saber viver, saber responder e saber escolher.


Toda escolha exige renúncia e traz conseqüências. Isso indica que nosso futuro se forja no presente. Certas opções são para a vida toda, deixam um marco em nossa história. Ainda mais quando essas opções dizem respeito a algo tão imprescindível em nossa vida: a religião!


Nossa fé nos diz que somos vocacionados à vida, à santidade; nosso batismo nos compromete com a Igreja, “somos membros do Corpo de Cristo” (1Cor 12). E eis aqui a parte complicada: compromisso! Hoje a tendência é não querer se comprometer, e fatalmente a Igreja, à qual pertencemos, também “paga o pato”. Esta atitude é resultado de vários fatores, dentre eles a falta de convicção de fé, isto é: eu só me comprometo com aquilo que realmente amo ou acredito.


“Tudo bem! Mas como ter uma convicção de fé? A fé é um dom que precisa ser cultivado. Isso se faz com a participação ativa na comunidade a que pertenço, para conhecer melhor minha Igreja e dar “razões de minha fé” (1Pd 3,15) com uma busca sincera da espiritualidade, do silêncio interior, das respostas às questões fundamentais da minha vida; enfim, com um encontro pessoa com o Senhor.


Mas, atenção: este encontro sempre exige uma resposta de amor, que se concretiza no serviço aos irmãos.


Quantas pessoas, no decorrer destes mais de dois milênios, deram a vida pelo Evangelho. Que “força estranha” as impulsionou? Que sentimento as comoveu? Que convicção as impeliu a se doarem assim por uma causa? Foi fé que se traduz em amor! Não estou lembrando apenas dos grandes santos s santas da Igreja. Refiro-me àquela senhora que cuida com amor de sua família, rezando seu terço, aos poucos, no decorrer do tempo que lhe sobra do dia. Àquele homem que chega do serviço cansado, olha sua família e se apressa para ir à missa. A todo vocacionado que escolheu ser feliz, pois a felicidade é fazer coincidir a minha vontade com a vontade do Senhor.


Enfim, “é preciso saber viver”! Ter a coragem de se doar inteiramente a Deus numa vida consagrada; de ser um bom pai e mãe, apoiados nos valores do Evangelho; e de lutar por uma sociedade justa e solidária. Peço a Deus que ajude especialmente o jovem a fazer a escolha certa que o fará “sofrer mais tarde” na frustração ou no cansaço! A escolha que a Mãe sabe indicar, com carinho, a seus filhos: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (Jo 2,5) – isto sim, é “saber viver”!


Padre Reginaldo Carreira – Revista família Cristã agosto de 2005






A saber...
A expressão cachorro louco é usada para se referir a uma doença séria que pode levar à morte: a raiva. Segundo a médica veterinária e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Kung Darh Chi, a lenda começou porque agosto é época do cio das cachorras, por ser um período de mudança de estação. Quando uma fêmea está nesse estado, vários cachorros se aproximam para tentar cruzar. Como os cães costumam brigar entre eles para disputar a fêmea, é nesse momento que o vírus da raiva tem mais chance de se propagar, já que é transmitido pela mordida. Devido aos sintomas da doença o animal fica com aspecto alterado, por isso a associação feita com o mês.

Embora a raiva esteja controlada, ela ainda não foi erradicada. Por isso dentro do pacote de vacinas atuais que os cachorros devem tomar, está a antirrábica, que custa R$ 30, em média.
A doença paralisa os músculos da deglutição, deixa o cachorro perturbado, com alucinações, e provoca dores de cabeça muito fortes. ''É horrível o estado que o animal fica. Ele enxerga perigo em tudo, por isso fica com aspecto raivoso, de agitação. Os que ficam presos em algum tipo de grade, para não transmitir para os outros, chegam a mordê-la com tanta força e não param mesmo que se machuquem'', explica Kung.


Fonte: Jornal Gazeta do Povo

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Fazei ECOAR, também os gritos...

O OTIMISTA VÊ OPORTUNIDADE EM CADA DIFICULDADE! 


Com o trabalho com o blog, acabo recebendo recadinhos de catequistas de todo Brasil, partilhando suas conquistas, anseios, angustias, dificuldades na catequese. Alguns chegam aos meus ouvidos como um pedido de socorro. Gostaria de partilhar por aqui alguns desses gritos, para que isso possa fortalecer a ideia de que realmente a maneira de formar cristãos, precisa urgentemente de uma renovação, conforme a Igreja vem nos propondo.

Vejamos:
⇒"Estou ajudando na coordenação da catequese de minha cidade e sinceramente, cogitei o uso do cartão de missa, pois por mais que os catequistas falem da importância da missa, cobrem a presença, a maioria ainda não freqüenta como deveria. 
⇒Reunião de pais é um fracasso, uma meia dúzia aparece. 
⇒No dia da 1ª comunhão, ano passado, muitas crianças foram sozinhas, ou com irmãos, mas a presença dos pais neste dia tão especial, lamentavelmente, foi péssima. O padre sempre fala nas missas da participação dos pais, mas ainda não fluiu muito. Então no momento não sei o que fazer...”

Já nos dizia Winston Churchill, O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade. 

A questão da falta de envolvimento da família no processo catequético do filho, falta de comprometimento por parte daqueles que se dizem católicos, sequer com a missa dominical, nesse caso, a ausência na Primeira Eucaristia dos filhos, a falta de um processo continuado na educação da fé, tendo em vista a Iniciação Cristã, são fatos. 
Sendo assim, bispos, padres, catequistas otimistas, devem encarar tudo isso, como oportunidades para a tão desejada mudança. O que fazer? De posse da realidade, deve-se estudar as propostas, as pistas de ação que a Igreja, os documentos, os estudos tem passado, elaborar um projeto, um plano de ação para a catequese, provocar uma mudança de mentalidade do que realmente consiste a catequese, qual sua meta e depois, o mais difícil, vestir a camisa, arregaçar as mangas e partir para a ação.
Não existe caminho pronto, porém, todo caminho se faz dando um passo de cada vez. O que não podemos é viver de saudosismo, pois os tempos são outros, nem melhores, nem piores, OUTROS. Também nós catequistas e porque não o clero, crescemos, amadurecemos na fé e percebemos que precisamos e devemos fazer mais, traçar novos rumos, pois a necessidade de se evangelizar também as famílias se torna palpável, gritante, como nos foi relatado: “No dia da 1ª comunhão, ano passado, muitas crianças foram sozinhas, ou com irmãos, mas a presença dos pais neste dia tão especial, lamentavelmente, foi péssima.” Realmente, isso não é só lamentável, mas, inaceitável.

Aqui, não ouço apenas o grito de uma catequista, mas ouço um pedido de socorro por parte da família, como que dizendo: “ NÃO ENCONTRO SEQUER MOTIVOS PARA PARTICIPAR DA PRIMEIRA EUCARISTIA DO MEU FILHO(A)” Sejamos otimistas, façamos das dificuldades, oportunidades... As dificuldades estão aí, e as oportunidades também! Lamentar-se, escabelar-se, no caso desse relato, os sermões do padre na hora da homilia, e muito menos o cartão de presença nas missas, não basta. O que é preciso, é dar motivos, propor, oferecer, formar, enfim, não se conformar, tomar ATITUDE.

 “É somente numa profunda comunhão com ELE que os catequistas encontrarão luz e força para uma desejável renovação autêntica da catequese (CT)” Lembrando que esse desejo de renovação, não é só do catequista, mas deve ser de todos nós, que formamos a Igreja de Cristo, cada um com sua responsabilidade, fazendo sua parte, conseguiremos num futuro próximo, não deparar com pais que sequer encontram motivos para participarem  da Primeira Eucaristia do filho... A realidade é gritante, ouçamos... AVANTE!!! 
Imaculada Cintra 

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Catequese QUIETISTA, nos novos tempos...


Vamos transformar, trabalhando! 

"O otimismo é uma questão mais psicológica, uma posição perante a vida. Algumas pessoas vêem sempre o copo meio cheio, e outras, ao contrário, meio vazio. A esperança tem algo de passivo em sua base porque é um dom de Deus. Não se pode adquirir a virtude da esperança por si mesmo, ela tem que ser dada pelo Senhor. Algo diferente é como cada um a utiliza, como a administra, como a assume. Em nossa concepção, a esperança é uma das três virtudes teologais, junto com a fé e a caridade. Costumamos dar mais importância à fé e à caridade. Entretanto, é a esperança que nos estrutura todo o caminho. O perigo é se encantar com a trilha e perder de vista a meta, e outro perigo é o quietismo: ficar olhando o objetivo e não fazer nada no caminho. O cristianismo teve épocas de fortes movimentos quietistas, que iam contra o preceito de Deus, que diz que se deve transformar a terra, trabalhar." ( do livro Sobre o céu e a terra - Jorge Bergoglio e Abraham Skorka- Paulinas) 

Lendo essas palavras de BERGOGLIO, quando ele era ainda arcebispo de Buenos Aires, pus-me a pensar em nossa catequese, nas mais diferentes realidades espalhadas por esse Brasil, e porque não dizer, por esse mundo. Como catequista atuante na minha paróquia e também através do blog e redes sociais, estou ciente da realidade da catequese, de nossas famílias, a maioria com uma fé superficial, infantil, descompromissada com o Reino de Deus.

Enfim, retrato daquilo que temos escutado tanto ultimamente, famílias batizadas, não evangelizadas, não iniciadas devidamente na fé. E nós catequistas, em nosso fazer catequético, por mais que tentemos ser criativos, ousados, parece que estamos dando braçadas contra a maré.

“Algumas pessoas vêem sempre o copo meio cheio, e outras, ao contrário, meio vazio”. Amei isso, e posso dizer com certeza, que mesmo diante da real situação, quando o assunto é a evangelização(nova)/catequese/IVC, estou no grupo dos que veêm o copo meio cheio. Por outro lado, em muitos lugares, o que vemos, são catequistas desanimados, enfraquecidos, desmotivados...

Sendo a esperança um dom de Deus, quando fomos escolhidos para essa missão, fomos agraciados por ele. O catequista vocacionado, jamais deve perder a esperança de transformar uma sociedade, através de um trabalho pensado, renovado, organizado, ousado. Talvez, o que nos falta, é sermos bons administradores dessa esperança.

“Algo diferente é como cada um a utiliza, como a administra, como a assume”. ASSUMIR, esta é a palavra de ordem para cada um de nós. Olhar pra frente e conseguir enxergar, mesmo que distante, um novo horizonte. Não basta só enxergar, é preciso colocar-se à caminho. 

“É a esperança que nos estrutura todo o caminho.” “O perigo é se encantar com a trilha e perder de vista a meta, e outro perigo é o quietismo: ficar olhando o objetivo e não fazer nada no caminho.” Nossa meta, nosso objetivo na catequese: FORMAR CRISTÃOS. “O preceito de Deus, que diz que se deve transformar a terra, trabalhar." Sendo assim, ficar de braços cruzados, numa catequese QUIETISTA, está contra o preceito e Deus: TRANSFORMAR, TRABALHANDO. Lembre-se, a esperança é o que nos move. QUIETISMO nos novos tempos, infelizmente, ainda é o câncer em muitas dioceses, paróquias, bispos, párocos, catequistas, agentes de pastorais.

Imaculada Cintra

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Ousar com critérios

Ouvimos com certa frequência que o Catequista precisa ser OUSADO, AUDACIOSO na arte de evangelizar. Segundo Isaac Newton: " Nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite OUSADO" ou: "Viver sem OUSAR é ousar construir sem projetar". Construir sem projetar... 

Antes de iniciar uma construção, é preciso ter em mãos um projeto, mesmo que seja apenas uma reforma. Às vezes achamos mais fácil começar uma construção da base, do que fazer uma reforma. Infelizmente, com o passar dos anos, ela é inevitável e por menor que seja, causa grandes transtornos. Tiramos tudo do lugar, aquela quebradeira, cacos, fuligens, poeira, ruídos de máquinas.

Enfim, enfrentamos, porque sabemos que o projeto depois de concluído valerá todo sacrifício. Não sou engenheira, nem arquiteta, sou catequista, estou rodeando para chegar na tão sonhada mudança em nossa catequese. Temos consciência de que essa “construção”(a catequese) com o passar dos anos, tem apresentado algumas rachaduras. Estamos chegando à conclusão que o momento da tão adiada reforma chegou. 

E somos agraciados, porque para acompanhar essa reforma, temos um arquiteto que é “divino”, o Espírito Santo. Ele está mostrando o caminho através dos documentos, estudos, subsídios, dando todas as coordenadas. É dedicado, está disposto a acompanhar toda obra de perto. Só precisa de pessoas que coloquem a mão na massa, servos obedientes e audaciosos. 

Lembrando que, antes e durante qualquer processo de mudança é preciso levar em consideração o seguinte: “DEVEMOS OUSAR, mas com critérios, sem machucar, destruir as pessoas ou aquilo que foi feito por elas.” Não podemos pensar que tudo o que fizemos até agora foi em vão. Não se trata disso, mas sim de ATUALIZAR, adequar aos novos tempos. 

Aqui na minha paróquia, por ocasião do ANC (Ano Nacional da Catequese/2009), propomos a troca de nosso material, do método para o estilo catecumenal, alteramos a data de início da catequese, propomos visitar todas as famílias de nossos catequizandos , fazendo o querigma antes de iniciar os encontros (pré-catecumenato). 

Sabíamos que isso seria um passo OUSADO, por se tratar de uma paróquia numerosa, formada por 14 comunidades, pois era preciso não só propor, mas fazer com que a mudança acontecesse. Tivemos medo, ficamos inseguros, mas no fundo sentíamos que estávamos no caminho certo. Nos unimos, procuramos estudar/conhecer o novo material, método, os Ritos. 

Fomos entendendo que tudo isso não era exigência do nosso pároco, nem da coordenação, mas da Igreja. Iniciamos em 2009. A aceitação/adesão foi quase que geral. Podemos dizer que em se tratando de Iniciação Cristã, somos ainda“bebes”, balbuciando as primeiras palavras. 

A cada ano, procuramos melhorar alguma coisa. Em momento algum, nos arrependemos de ter dito SIM a essa renovação na catequese. Temos ainda algumas dúvidas, mas nem de longe, queremos voltar à catequese que fazíamos. Somos testemunhas de que vale a pena ARRISCAR. Então, sejamos OUSADOS, mas tudo com muito critério. 

Imaculada Cintra, catequista de iniciação à Vida Cristã
Franca/SP

terça-feira, 3 de julho de 2018

De onde vem a “autoridade” do catequista?


...nos foi dada pelo próprio Cristo 

Num encontro com catequistas, muitos falavam da dificuldade em fazer acontecer seus encontros. A mesma história de sempre: crianças, jovens dispersos, desinteressados, como que  vindos para o encontro de catequese, como se fossem pra balada, para uma roda de amigos, para conversar, brincar. 



Foi falado também que o catequista precisa ter pulso firme, impor limites, quer dizer, não pode dar moleza, não ser muito bonzinho. 


Pus-me a pensar nisso... Não preciso ser "autoritário" pra conseguir a ordem num encontro de catequese. Quando o encontro é conduzido como uma batalha, quase nunca conseguimos chegar ao coração. Eles podem até por educação ou medo, ficarem quietos por um tempo, mas será que estamos fazendo ecoar alguma coisa? Com certeza estão pensando: " Que catequista chata!" 

Concordo, que hoje em dia grande parte de nossas crianças não tem limites,porém ninguém consegue ficar quieto, atento por uma hora, quarenta minutos, meia hora... 15 minutos??? E as vezes queremos isso! Não conseguimos isso nem com adultos!! Por exemplo, nós adultos, na missa, quando a homilia se estende, por mais interessante que seja, com tantos "ruídos" à nossa volta, nos dispersamos... Então, quando acontecer algo parecido em nossos encontros, precisamos ter jogo de cintura, para fazê-los voltar ao foco... 

Aí entra a autoridade conferida pelo próprio Cristo, a cada um que se dispõe a anunciar, evangelizar, catequizar. Autoridade de falar sob a ação do Espírito Santo. 

Remoendo sobre tudo isso, estava aqui pensando nessa tal "autoridade", que não podemos confundir com autoritarismo. Fiquei tentando imaginar como os discípulos anunciavam Jesus. Eles falavam com a autoridade de quem tinha feito a experiência de ter convivido, ouvido, visto com seus próprios olhos, ter tocado com suas próprias mãos. Fico imaginando como era o olhar que eles lançavam nas pessoas. Falavam com convicção, com amor, com unção, com vontade... 

Isso porque, a intimidade, a proximidade entre eles foi tanta, que Jesus deu uma ordem final, confiando aos seus discípulos a missão e o poder de explicarem com autoridade aquilo que Ele havia ensinado, suas palavras e seus atos, seus sinais e seus mandamentos. E pra isso, deu-lhes o Espírito Santo, pois sem ele seria impossível cumprir tal missão. 

IDE, FAZEI DISCÍPULOS DE TODAS AS NAÇÕES, ENSINANDO-OS A GUARDAR TUDO QUE TENHO MANDADO... Vamos, ide sem medo, estarei com vocês, sempre... 

Autoritarismo em nossos encontros? Jamais! 

Use e abuse da autoridade recebida do alto, fazendo com que transpareça a presença do ressuscitado nos temas trabalhados. 

"E bem depressa se começou a chamar catequese ao conjunto dos esforços envidados na Igreja para fazer discípulos, para ajudar os homens a acreditarem que Jesus é o Filho de Deus, a fim de que, mediante a fé, tenham a vida em Seu nome, para os educar e instruir quanto a esta vida e assim edificar o Corpo de Cristo. A Igreja nunca cansou de consagrar a tudo isso suas energias." (do caderno de estudo CATECHESI TRADENDAE - A CATEQUESE EM NOSSO TEMPO) 

Imaculada Cintra



quinta-feira, 28 de junho de 2018

Quem tem ouvidos, ouçam...

 “Mil e um compromissos vos solicitam... 
Pois bem, que a preocupação de promover uma catequese viva e eficaz não ceda nada frente a qualquer outra preocupação seja ela qual for...
 O vosso papel principal deve ser o de suscitar e alimentar nas vossas Igrejas uma verdadeira paixão pela catequese; uma paixão, porém, que se encarne numa organização adaptada e eficaz, que empenhe na atividade as pessoas, os meios e os instrumentos e, também, os recursos financeiros necessários. Podeis ter a certeza disto: se a catequese for bem feita nas vossas Igrejas locais, tudo o mais será feito com maior facilidade”.
Catechesi Tradendae, 63- João Paulo II aos bispos

terça-feira, 26 de junho de 2018

4ª Semana Brasileira de Catequese

A Comissão Episcopal para Animação Bíblico-Catequética realizará de 14 a 18 de novembro de 2018, em Indaiatuba (Itaici-SP), a 4ª Semana Brasileira de Catequese.


Tema: 4ª Semana Brasileira de Catequese à serviço da Iniciação à Vida Cristã

Lema: “Nós ouvimos e sabemos que Ele é o Salvador do mundo” (Jo 4,42)

Objetivo geral: 
Compreender a catequese de inspiração catecumenal a serviço da iniciação à vida Cristã, buscando novos caminhos para a transmissão da fé, no contexto atual. 

Objetivos específicos:

- Refletir sobre a condição humana, a busca de sentido e a crise de fé na contemporaneidade;

- Apresentar a iniciação à vida cristã como eixo articulador da ação evangelizadora, a serviço da qual está a catequese (CNBB, Doc. 107, 76);

- Compreender o querigma e a mistagogia como caminho de renovação da comunidade e da formação do discípulo missionário de Jesus Cristo;

- Partilhar experiências significativas da catequese a serviço da iniciação à vida cristã dos regionais.


A 4ª Semana Brasileira de Catequese é uma oportunidade de reafirmar nosso empenho e compromisso no serviço à Iniciação à Vida Cristã, como um itinerário para formar discípulos missionários de Jesus Cristo numa comunidade querigmática, mistagógica e missionária.



LOGOMARCA 
O símbolo visual da 4ª Semana Brasileira de Catequese, que tem como inspiração o texto bíblico: “Nós ouvimos e sabemos que ele é o Salvador do mundo” (Jo 4,42), é constituído por uma cruz central, sinal de nossa salvação, sinal do amor de Jesus que nos amou até o fim. A cruz refere-se à morte de Jesus e também à sua ressurreição. A cruz é símbolo do estilo de vida que Cristo ensinou e que agora, somos convidados a assumir, do caminho pascal, de morte e ressurreição, que Cristo percorreu e que agora somos chamados a percorrer: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mt 16,24).É com o sinal da cruz que os catecúmenos são acolhidos na iniciação cristã.
Do lado esquerdo um pequeno traço nos lembra o lado transpassado de Cristo:  “Pendente da cruz, do seu coração aberto pela lança fez correr sangue e água” (RICA 215). O sangue e água são identificados pela Tradição da Igreja como os dois sacramentos principais: Eucaristia e Batismo. O lado aberto de Cristo morto na cruz também evoca a nossa imersão batismal na paixão e morte do Senhor. Do seio de Jesus elevado e glorificado no mistério da morte e ressurreição, flui a água viva, símbolo do dom do Espírito Santo. O Batismo confere aos fiéis o dom do Espírito Santo e os tornam portadores e templos do Espírito.
O espiral que se forma nas cores vermelha e azul, símbolo do sangue e da água, remete-nos a caminhada que iniciamos todos nós, a partir da fé em Jesus Cristo e da sua Igreja, que nasceu do seu lado aberto, assim como nova Eva do lado do novo Adão. É símbolo da caminhada dos simpatizantes, catecúmenos, eleitos, neófitos... de todo Cristão. O espiral em sentido anti-horário, representando o Kairós de Deus, “o tempo oportuno”, pelo qual somos regidos, amadurecemos e crescemos, ano após ano, de domingo a domingo, de páscoa em páscoa, até a páscoa definitiva. As pegadas aí impressas mostram que a nossa fé não é circular, mas espiral, como no ano litúrgico. A cada ano concluído, não paramos no mesmo lugar, amadurecemos no seguimento, não somos mais os mesmos, subimos um degrau.
Assim, a logotipo da 4ª SBC em sua simplicidade e profundidade, quer nos ajudar a refletir e a resgatar a essência de nossa fé e o fundamento da Iniciação à Vida Cristã, que deve unir experiência e anúncio, fé e vida num itinerário capaz de nos transformar em discípulos missionários de Jesus Cristo.
Comissão Episcopal Pastoral para Animação Bíblico-Catequética